Resenha - O Espadachim de Carvão

Galera, estou aqui novamente para vos falar da minha mais recentes experiência literária nacional. Se trata de uma história fantástica criada por um dos mais novos escritores brasileiros o ilustrador, blogueiro e podcaster   Affonso Solano, do podcast Matando Robôs Gigantes (MRG) agregado ao site do jovemnerd.com. 

A história tem como protagonista Adapak, filho de uma das divindades do mundo de Kurgala, onde ocorrem os eventos narrados. Cheio de muita ação, aventura e suspense, a história transporta o leitor a um mundo que funciona com suas regras e caos andando de mãos dadas, e é nesse cenário que o herói tem de desvendar o motivo pelo qual foi obrigado a fugir de casa para não ser assassinado. O que mais me aproximou a acompanhar a história é que o protagonista é uma pessoa de habilidades diversas e cheio de cultura agregada durante os anos de clausura em que cresceu na companhia do pai e de pouquíssimos amigos , mas ainda assim é inocente como uma criança que ainda não conheceu a maldade das pessoas. 

Com isso o autor faz de, certa forma, uma alusão a caverna de Platão no que diz respeito ao protagonista da história não conhecer o mundo em que vive de fato. Ao lê-lo, o livro me fez pensar em Dom Quixote, que também era um protagonista que aspirava viver as experiências do livros de aventura que tanto lia, assim como Adapak.

É legal salientar que tais características, como honestidade e sinceridade, são vistas por nós como qualidades, mas que para o personagem se tornam "defeitos" ou "desvantagens", pelo fato de pessoas a sua volta se aproveitarem disso no desenrolar da história. Confesso que gostaria que o livro fosse mais longo, eu o li em 3 dias! Ele tem um ritmo muito gostoso de filmes ou séries de aventura, sabem? Daqueles que deixam um gostinho de quero mais. Particularmente falando to cansado desse papo de trilogia e sagas de livros, eu até prefiro um daqueles livros camalhaços de grandes mas com uma história fechada e completa, o único que me sai dessa regra no momento é o Guerra dos Tronos. Mas é que esse papo de séries e trilogias já ta manjado de mais para  mim. O que mais gostei no personagem é o que lhe torna um espadachim, não vou falar mais do que isso para os curiosos leitores para não dar spoilers, por falar nisso...vocês sabem o que deixa um homossexual curioso?, rsrsrs, semana que vem eu conto pra vocês. 

O mundo de Kurgala e as pessoas que nela vivem, para mim são um espelho do nosso mundo. Não sou nenhum espadachim nem muito meno de carvão, mas me identifiquei com o personagem por vários fatores. Quando somos adolescentes temos uma visão muito animada e emotiva do muno, não importa o que planejemos ou desejemos, sempre achamos que será tudo muito apaixonante e que nos causará vibração. E pode até ser assim até certo ponto se mantivermos o controle. Mas a real verdade é que o mundo é duro e muitas vezes perverso, temos de sofrer experiências das quais só conhecíamos nos livros ou que aprendemos de nossos pais e professores. E essas experiências nos amadurecem, como é o caso de Adapak.  Quando li o título do livro pela primeira vez eu pensei "Peraí, tipo como assim?!"  mas me dei ao  benefício da dúvida em arriscar num livro de aventura escrito por um brasileiro e de primeira, e posso dizer com toda a autoridade de jovem leitor que assim como foi com os livros Filhos do Éden e A Batalho do Apocalipse de Eduardo Spohr, integrante do jovemnerd, também foi com O Espadachim de Carvão de Affonso Solano! Um palpite, esse universo daria um ótimo livro para RPG, sinceramente eu fiquei muito interessado quando me peguei pensando na ideia.

Enfim é um ótimo livro para ler em casa, no ônibus, avião, serve como uma excelente distração e lhe rende assunto para diálogo com amigos. Toda a filosofia e ideologia enxergada pelos seres de Kurgala é voltada para medo de seu possível fim e do propósito de seu início.