sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Quero Ser Escritor 9 - Publicando Seu Livro Parte II - Independentes

Suflê de Publicação Independente
Quem já fez um suflê sabe que antes de retirar do forno, ele parece majestoso com sua camada dourada estourando para fora da forma. No primeiro contato com o ambiente, começa a murchar e vira só omelete parrudo.
Em qualquer independente o autor se compromete a pagar uma parte ou todo o material, comprar um volume de livros.
As independentes mais comuns são as editoras sob demanda, mas há aquelas que imprimem sob contrato:

1 - Algumas editoras, como a que escolhi, não aceitam nenhum tipo de dinheiro antecipadamente, nem qualquer trabalho, têm seus agentes literários que analisam o material (quando ficcional) e se este for aprovado publicam. Registram o ISBN e exigem que o material tenha passado por revisão, copidesque e registro na BN.
2 – Outras imprimem qualquer coisa, algumas vezes oferecem revisão ortográfica (parte mecânica), e parte do trabalho gráfico: diagramação e capa.
3 – Há ainda aquelas que além de imprimir qualquer coisa, não oferecem nenhum tipo de suporte com a desculpa de que o autor precisa muito da sua independência e direcionam seus clientes para profissionais de revisão ou gráficos com preço muito acima do mercado.
4 - Existem também as editoras que publicam seu trabalho e você paga por tudo, tendo como acompanhar todo o processo. Estabelecem uma tiragem mínima, fazem revisão, diagramação, design do livro. Algumas, não todas, oferecem planilhas de custos e valores de cada serviço.
5 – Existem também as independentes por nicho de mercado: as especializadas em teses, livros de horror e suspense, livros didáticos etc.
No estilo sob demanda você pode ou não pagar antes de vender, depende da editora.
Na direta você paga por tudo antecipadamente.
Em todos os casos, não se iluda, as editoras, clubes, associações etc. visam o lucro. Estamos num país capitalista. Se é para correr riscos, vamos analisar até que ponto podemos ir, pois esse é o mesmo raciocínio destas empresas.
Prós da publicação independente:
1 – Não precisa esperar séculos para ver seu livro publicado.
2 – Você tem certa liberdade para escolher como apresentar seu produto. O que garante que a história não sofrerá modificações ou interferências ideológicas (isso existe sim).
3 – É uma das maneiras de se tornar conhecido no mercado editorial e também mandar seu material pronto para algumas editoras tradicionais.
Contras:
1 – Publicar um livro de maneira independente prejudica sua imagem junto a editoras mais tradicionais (estou falando de Brasil, o mesmo não se aplica ao mercado editorial no exterior). E não deixa de ser verdade. Dependendo da editora que escolher seu livro não terá nenhuma credibilidade.
2 – Sem meios de divulgação ou disponibilidade para fazê-lo, seu livro morre sem atingir a cota de vendas para pagar os gastos com a editora. Você pode até acabar com prejuízo dobrado: seu livro foi mal visto, por que o trabalho da editora foi mal feito e/ou não vendeu o volume contratado. E os boletos estão vencendo.
3 – A pior consequência do segundo item é a morte quase definitiva para o mercado editorial.
Custos:
Um livro no lançamento, se este for bem cuidado (Marketing para os próximos posts), vende aproximadamente 30 exemplares. O que garante à editora a fatia de lucro que ela estava visando na hora de produzi-lo. O custo gráfico de um livro de 200 páginas é de aproximadamente R$ 6,50. Lógico que se a editora tiver um bom volume de trabalho estes custos podem até cair. Ela também compensa os livros maiores com os menores, como os de contos ou poesia, que são maioria.
No geral um livro independente vende cerca de 100 exemplares. Se você atingir mil, pode se considerar um recordista de vendas.
Esqueça a tal margem de lucro. Você não vai lucrar. Se pesar os gastos com revisão, copidesque, capa, registro, divulgação.
Por isso é necessário pensar duas vezes ao escolher uma editora independente E ter em mente um único motivador – todo autor precisa de leitores, no plural.
OBS: Pode ser que me arrependa por ter escolhido a editora que escolhi, pode ser que o trabalho não seja tão bom quanto eu queria, mas como diria Mallarmé – Um lance de dados jamais abolirá o Acaso.

Veja a lição anterior aqui!

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