sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Quero Ser Escritor 21 - Ritmo 2 - Conjunto, Sequência, Alternância

B - Conjunto dos Ingredientes 
Receita de bolo tradicional: 3 xícaras de farinha, 3 de açúcar, 1 de leite, 3 ovos, 1 colher de sopa de fermento, duas colheres de sopa de manteiga ou margarina.
Outras receitas de bolo: existem ‘zilhões’. Tem até bolo sem farinha!
No entanto em qualquer receita que possa ser chamada de bolo temos: uma base (farinha, cenoura, fubá, mandioca etc.), um líquido (leite, óleo, suco, café etc.), um adoçante (açúcar, sacarose, mel etc.), um catalisador (ovos, margarina, óleo, mel etc.)

A questão é juntar os ingredientes de forma que ao final do processo obtenhamos um “bolo”. Não uma panqueca, bolacha, mingau ou tijolo.
Vou tentar fazer um paralelo:
A ideia original ou não (porque isso é o de menos) seria a base. No que todos os conceitos que desenvolveremos ao longo da trama se reportariam.
O líquido são os personagens onde dissolvemos nossas ideias.
O adoçante, o estilo/técnica/qualidade da escrita que dá sabor à história.
Catalisador é a trama propriamente dita, os acontecimentos.
Neste conceito de conjunto a primeira análise tem que ser feita ao tamanho da história para que possamos determinar a quantidade de cada elemento.
Uma ideia principal bem construída solicita a presença de várias sub ideias para que todos os detalhes da história ganhem forma. Qualquer outro elemento que se queira acrescentar vai depender da base que se tem, da capacidade da ideia principal em suportar o acréscimo deste elemento ou da capacidade do escritor de adicionar os outros elementos para que o conjunto se mantenha.
Personagens bem delineados e ajustados ao conjunto permitem que a profusão de ideias e subtramas não criem lacunas ou aglomeração. O leitor será capaz de identificar cada personalidade e perceberá como ela ponteia, costura e determina os rumos da história.
Aquela figura de linguagem usada no momento certo, aquele toque pessoal no ritmo da sentença ou no desenrolar de uma cena, a visão pessoal e particular do mundo contado na história fazem toda a diferença. A história tem aquele sabor que só você pode dar, nem doce de enjoar, nem com gosto de papel.
Uma história mais longa requer uma trama/catalisador mais forte, capaz de fazer com que as várias subtramas se agreguem quando aquecidas pela leitura. Uma sequência de acontecimentos que junte os personagens à ideia com uma estética agradável e única. Por isso acontecimentos fortuitos podem por a perder todo o conjunto.
Manter o foco: prestar atenção na relevância dos acontecimentos para a ideia principal e na personalidade dos personagens durante o desenrolar da trama, tudo isso sem perder a doçura. Nossa! Um esforço e tanto!
Já tem uma ideia? Mãos a obra, junte os ingredientes e faça um bolo.
PS: Antes que alguém pergunte – e o fermento? – o fermento é enfeite, dispensável nos bolos e indispensável nos pães. Mas tá valendo.



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