sábado, 9 de novembro de 2013

Quero Ser Escritor 17 - A Força da Palavra

No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus.  Este estava no princípio+ com o Deus. Todas as coisas vieram à existência por intermédio dele, e à parte dele nem mesmo uma só coisa veio à existência.

A Bíblia é um livro lindo, adoro, Os Salmos, Matheus, Juízes. Quem não leu, seja por algum preconceito, ou por não acreditá-la também literatura, leia. Sou religioso sim, e não tenho a intenção de "catequizarninguém com este conselho. Mas tenho certeza que sem a palavra o mundo não existiria, porque não poderíamos dizê-lo.
Como pensar o mundo sem usar palavras? A linguagem tem três funções principais: representar ideias, exteriorizar sentimentos e demonstrar vontades.
Para expressar o mundo precisamos de um vocabulário amplo, que não deixe dúvidas quanto ao que queremos dizer em relação as nossas ideias, sentimentos ou vontades. Vocabulário escasso ou usado de forma inadequada prejudica a recepção, confunde o leitor. Existem dois caminhos para adquirir vocabulário e nenhum deles é automatista. Um é a leitura, o outro a escrita. Não faz nenhum sentido decorar listas de palavras.
Usando palavras, sejam no seu sentido denotativo ou conotativo - expressões em desuso, diga-se – precisamos de um contexto para que possam viver. Muitas delas têm tantos significados que sem o contexto não conseguiríamos definir sua função.
torre – dedo – seguir
Torre – edifício alto fortificado, usado antigamente para defesa na guerra
Dedo – cada uma das extensões articuladas da mão
Seguir – marchar, caminhar após.
“Torre fria do mundo, vulcão, dedo de neve que me seguiu por toda...”
Descrição do vulcão Osorno no Chile por Pablo Neruda.
Já falei no perigo de usar generalizações. Estava generalizando. Em qualquer texto mais elaborado as duas extensões: particular e geral se interligam e formam um conjunto, este conjunto é que dá a dimensão do que se escreve.
Ela tinha uma beleza incomum. E????? O que esta frase acrescenta ao retrato da personagem é absolutamente nada. Que tipo de beleza? Por que incomum?
Singularmente alta e quase sem seios, vestida de preto das botas ao lenço no pescoço, pareceria um homem, não fosse a cintura fina e bem marcada pelo colete a definir-lhe o sexo. Os cabelos lisos e espessos pareciam querer desvencilhar-se da cabeça, apontando a saída para todos os lados. Observavam-me seus profundos olhos violetas. Eu observava sua boca vermelha e cheia destacando-se na moldura branca que era seu rosto, dividido simetricamente pelo nariz reto e pequeno. Sua aparência tinha um quê de anjo saído das sombras - faltavam asas, sobravam intimidantes sorrisos.
Sempre utilizo um dicionário, um dicionário de sinônimos é essencial. Outras ferramentas também ajudam para buscar vocabulário. Pesquisar um pouco mais na internet sobre o assunto que se quer escrever e criar um banco de palavras sobre. Observar alguns desenhos, quadros ou revistas em quadrinhos, reproduzir os detalhes com palavras. Como fiz na descrição acima de um herói de mangá - não me lembro do nome ou da revista.
“Perdão, se quando quero contar minha vida é terra que conto. Esta é a terra. Cresce em teu sangue e cresces. Se se apaga em teu sangue te apagas”. P. Neruda – Ainda VI

Veja a lição anterior aqui!


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