O Universo pulsa, nós pulsamos. Somos ondas de energia a pulsar pelo infinito. Tudo é música aos nossos ouvidos.
As palavras nos agradam quando preenchem nossas expectativas na sua forma, conteúdo e ritmo. A música e a poesia são oralmente rítmicas. O que significa este ritmo na prosa, já que a prosa não é oral/auditiva como a música ou toante como a poesia? Nossos sentidos, misturados pela experiência e a memória podem transformar uma foto de fruta em seu cheiro ou o som de uma badalada no formato e textura do metal de um sino. Assim, o caminhar de palavras no papel dão ritmo à história.
Já citei o ritmo antes, indiretamente. Vamos colocar alguns pontos e vírgulas, literalmente.
Não escrevo usando muitos pontos e vírgulas, mas deveria, isto é, precisaria usá-los mais, amá-los. O Português, esta língua fresca, importada de outras duas, além disso, um pouco moura, é cheia de possibilidades rítmicas. Diria até: que o ritmo do brasileiro não vem só dos tambores e das sílabas bem definidas, vem também das vírgulas.
Dentro do parágrafo o ponto cria um paralelo entre os assuntos/ações.
“A música do novo hino não tinha letra, e as pessoas gostavam de cantar o antigo hino da União Soviética, de forma que foi decidido retomar a antiga música. O debate era, em resumo, sobre uma nova compreensão do que era a Rússia, questão que muitos russos ainda não se sentem capazes de responder a contento.” Arte sob Pressão – Diversidade na Era da Globalização – Joost Smiers – 2006
O ponto não é excludente de assunto ou importância. Situando o contexto em paralelo, ele tem duas funções: dar tempo ao leitor para pensar e mostrar uma nova possibilidade dentro do mesmo tema.
Pegue qualquer bom livro da sua estante abra numa parte em que há parágrafos consecutivos sem diálogos para separá-los. Qual o foco dos parágrafos?
Fechei os olhos e peguei um livro. The Walking Dead – A Ascensão do Governador, página 208. Encontrei três parágrafos: no primeiro o personagem janta e a comida não cai bem e ele havia passado por noites mal dormidas; no segundo o sono demora a chegar e é acompanhado por um mal estar e no terceiro tem um pesadelo.
Uma boa delimitação de parágrafos dá ao leitor a sensação de que está participando do desenrolar da história. Sem atropelos ou demoras. (Sou refém dos atropelos)
Sugiro uma boa olhada em outros livros e seus parágrafos, também uma estudada na pontuação e suas funções, incluindo: barras, travessões, pontos de exclamação etc. É surpreendente como se pode abraçar melhor a sentença e os parágrafos com ajuda destes símbolos.
Veja a lição anterior aqui!
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