segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Quero Ser Escritor 20 - Ritmo 2 - Conjunto, Sequência, Alternância


Bom, apesar de demorarmos um pouquinho, aqui estamos mais uma vez para falar de processo estrutural para uma obra literária. 

1 - Conjunto dos personagens
Estudo recente aponta que nossa capacidade de relacionamento na internet é de no máximo 150 amigos, nosso neocortex não tem capacidade de armazenar informações que sejam relevantes no sentido que a palavra “amigo” sugere (detalhes pessoais e de personalidade) mais que este número podemos chamar de conhecidos casuais ou grupais com os quais podemos ter interação e não intimidade, com outros ainda, nem interagimos, pertencem ao campo das informações sociais adicionais.
Transporte esta amizade e interação para o conjunto dos personagens de um livro. De quantos personagens você consegue guardar informações ao ponto da identificação? Estes formam o conjunto principal.
Com quantos personagens há interação a ponto de inferir contexto? Estes formam o conjunto de interação.
Quantos dão suporte e fornecem corpo à trama? Estes são o grupo amalgama

A quantidade destes personagens tem relação direta com o tamanho da história tanto físico (quantidade de páginas/capítulos) quanto espaço/temporal (duração da trama e cenário).
Quanto mais nuclear, mais informações precisaremos: características físicas e de personalidade, interesses, ambições, formação e passado (família, arrependimentos etc.).
Por isso quando nos deparamos com um texto onde um personagem completamente figurativo ganha cores demasiadas, perdemos a noção do conjunto e o foco na história, pois nosso cérebro entende que se este personagem ganhou projeção ele tem algo mais a oferecer à história e se os personagens forem muitos e a história muito longa, substituiremos um personagem secundário por este e então perdemos o foco da leitura. A história parecerá confusa e desinteressante.
Não se trata de uma questão de estilo ou conteúdo é puramente intelectual, está dentro da nossa capacidade cerebral e de como processamos informações. Personagens secundários e figurativos podem tanto tornar a história mais real e surpreendente, mas se tratados de forma  a tomar o lugar dos principais, o núcleo passa a não existir mais e a história implode sobre si mesma.
Não há impedimentos para que transformemos um personagem secundário, ou mesmo um figurante em principal, mas este deve ser o objetivo do personagem, deve estar dentro do contexto da história e ser conduzido de forma a que o leitor entenda que esta mudança ocorreu de fato. Não foi um capricho do escritor detalhista.

Veja mais sobre este assunto neste link!

Veja a lição anterior aqui!



Encontrou algum erro, tem críticas ou sugestões?
Reaja e comente!!



Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Brasil.



Nenhum comentário:

Postar um comentário