quinta-feira, 29 de agosto de 2013

QUERO SER ESCRITOR - 6




Revisão
Você pode dizer que escreve bem, que presta atenção nos detalhes, que o ‘word’ ajuda a solucionar possíveis problemas ortográficos e gramaticais. Quando tem dúvida, consulta o ‘professor’ Google Search, PHD em tudo. Lê e relê seus escritos em buscas de erros.
Nem Carlos Drummond de Andrade, nem Érico Veríssimo, nem Jorge Amado prescindiam de um revisor. Por que errar é humano. Quando você lê o que escreve é envolvido pela história e sua própria mente o engana. Quem não lembra daquele desafio de ler ‘inverditamente’ que apareceu nas redes a um tempo atrás.
Era um disco asférico. – quando quis dizer esférico .
Os carros coligiram. – quando se quis dizer colidiram.

O preço da revisão varia muito de profissional para profissional. É possível achar serviços especializados por R$ 1,50 a lauda (uma lauda varia de 1200 a 1650 caracteres).
O trabalho do revisor tem várias fases, ele primeiramente lê o texto e o reorganiza de forma a ser ortográfica e gramaticalmente coerente, acrescente pontos, vírgulas, separa parágrafos. A intervenção pode ir de simples a complexa, dependendo da coerência que se espera do texto. Revisores de textos técnicos, por exemplo, podem reescrever inteiramente. Já a revisão de trabalhos literários pode se confundir com o copidesque, devido ao grau de interferência.
Copidesque
O trabalho de copidesque é mais profundo. O profissional analisa outros aspectos do texto, como: coerência, contexto, tempo. Incluindo, excluindo e substituindo palavras e frases inteiras, invertendo a ordem dos parágrafos e alterando seu tamanho ou posição.
O profissional de copidesque realiza todas estas atividades preservando as características do autor, nisto ele difere da revisão de textos técnicos. É um trabalho minucioso e pode ser feito juntamente com a revisão. O preço por lauda é de aproximadamente R$ 2,50.

O Apego
O livro é seu: sua ideia, seus personagens, as situações, que de certa forma você viveu também. Portanto, tanto a revisão quanto o copidesque podem num primeiro momento parecer uma invasão de privacidade. Um estranho entrou no “seu livro” e está tentando “bugá-lo”!!
Todos pensamos assim, somos tão apegados a esta “partinha” de nós mesmos que esquecemos que o livro vai precisar de um leitor e este é o nosso objetivo, fazer com que alguém mais faça parte desta história. O leitor também é um interventor. A questão é que você não fica sabendo disso.
Como processo, a leitura precisa ser guiada, passo a passo, para que ao final consigamos o resultado almejado. Se falhamos em algum ponto do processo é muito bom ter alguém que nos segure e realinhe e nos mostre por onde continuar ou o que corrigir.
Não tenha ciúmes de sua obra, ela vai deixar de ser só sua a partir do momento que alguém a ler. Pense no leitor e confie no profissional de revisão.
Se servir de consolo: já joguei fora diálogos inteiros, parágrafos inteiros, capítulos inteiros e sempre foi para melhor.

Enriqueça seu texto
Nem tudo o que o revisor alterar você precisa manter. Uma ou outra alteração é da sua competência aceitar.
Nenhum bom revisor gosta de repetições, poetas gostam de palavras e sons, as repetições parecem refrões de música aos nossos ouvidos. Concorde com quase a totalidade das exclusões ou substituições, no entanto resolva manter uma ou outra. Assim o texto vai e volta para sua aprovação. O trabalho é demorado e muito enriquecedor.
No próximo post eu falo de leitura crítica.

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