segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Quero Ser Escritor 10 - E-Books/Autopublicação/Exterior

Onde você lê? O que você prefere e-books ou livros físicos?
Sinceramente, nunca li um e-book, todos os livros que tenho são físicos, não tenho nenhum dispositivo e acho desconfortável ler no computador, assim como acho desconfortável ler calhamaços com mais de 400 páginas na cama, gostaria de ter um e poder comprar livros mais baratos e ler os grandes na cama.
Acho que os e-books têm grandes vantagens: mais baratos, mais portáteis, mais dinâmicos. Você pode comprar só os livros físicos que gostaria de reler mais tarde. Acho que a maioria de vocês sabe que tenho 53 anos, quem não sabe fica sabendo. Li  “O Processo” de Kafka aos 15 pela primeira vez, depois aos 34, e novamente há três meses. Mesmo livro, três sabores, como cozinhar, a receita não muda, muda sua sensibilidade aos temperos.
Digo isto porque não se sabe a duração dos livros digitais, tenho livros de 70, 80 anos, que eram de meus tios e avós. Não sei se os livros digitais que com certeza comprarei, poderei deixar para meus netos.

E vocês, qual a sua resposta a estas perguntas?
O e-book no Brasil pode provocar no mercado interno o mesmo que fez no externo, uma desvalorização da palavra escrita. Antes mesmo da lei que isentou os e-books de uma série de taxas, tornando-os proporcionalmente baratos assim como os do mercado externo, a produção e oferta de e-books já estava crescendo vertiginosamente.
Pela razão de existirem “n” plataformas onde qualquer um pode publicar um e-book (voltamos ai ao Capítulo  desta série). Qualquer coisa pode ser publicada e pior com qualquer valor. O que você compra com 1 real? Um livro, três balas, dois parafusos com porca. E porque os e-books são tão baratos:
- Material sem edição, revisão etc.
- Ilusão de que vendendo barato, venderemos mais.
- Publicação de textos reacionários e de qualidade técnica duvidosa.
Se for publicar seu primeiro trabalho, meu conselho é: publique das duas formas, e-book e físico.
Há também uma questão de marketing envolvida, mas fica para o próximo post.
A autopublicação não é uma coisa nova, grandes escritoras como Emily Dickinson, Jane Austen (que eu adoro), Virginia Wolf, Marcel Proust usaram deste mecanismo para publicar suas obras. Mas não foi só o ato de publicarem que os tornou famosos, foi muito mais a qualidade do que escreveram.
E quando a questão é qualidade, o mercado externo é muito exigente. Se pensamos em divulgar nosso trabalho em Portugal, não é a adaptação do nosso texto aos detalhes linguísticos que vai fazer a diferença, é a aceitação do conteúdo, tanto no sentido da qualidade quanto do contexto. Mia Couto, autor de O Fio das Miçangas, é um poeta moçambicano conhecido no mundo inteiro, não só em seu país.
Este post não teve a intenção de definir uma cartilha para autopublicação em e-book, existem tutoriais para isso. Como os outros é um aviso aos que querem navegar por essas águas infestadas de “semi-escritores”.
Este é um vídeo anterior à lei de isenção quando o e-book não custava muito menos que um livro físico. A parte interessante é a que debate o apego ao livro impresso.


Este outro é um blog de literatura em língua portuguesa:

http://www.portaldaliteratura.com/livrarias.php?livraria=3

Veja a lição anterior aqui!


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